Shalom amigos, tudo bem? O artigo desta semana é um artigo muito
interessante, adaptado do texto de Ruth Manus colunista do Estadão, intitulado
de “A geração que trata tudo como descartável”, onde é um texto muito bom por
sinal que eu indico e trouxe para o meio eclesiástico.
Foi com a minha geração que começaram a surgir as primeiras
fraldas descartáveis.
Foi nas nossas festas de aniversário que começaram a aparecer
copos de plástico, garfos de plástico e pratinhos de papelão.
Fomos os que começaram a levar suco em caixinhas para a escola,
ao invés de precisar trazer a garrafa da lancheira de volta para casa. E assim
fomos aprendendo a viver uma vida descartável.
Antigamente nossos brinquedos eram de madeiras, e as meninas
bonecas de pano, os meninos consertavam constantemente seus brinquedos e as
meninas lavavam muito suas bonecas ate ficarem sem forma, na mudança desse
quadro os brinquedos iam e vinham. Tudo plástico. Não aprendemos mais a tomar
cuidado, como foi com nossos pais e seus bonecos de porcelana. Caiu, caiu,
sujou, sujou.
Riscamos brinquedos com canetinha. Já já vinha um novo.
Fomos
crescendo e o raciocínio não mudou muito. Não víamos muito sentido quando
nossos pais falavam em costurar a mochila ao invés de comprar uma nova.
Os preços dos produtos chineses já nos guiavam para o consumo do
novo e não para o cuidado com o velho.
O problema já seria grave se ele tivesse ficado apenas nas
prateleiras de lojas e supermercado. Já seríamos perigosos o suficiente em termos
ecológicos. Mas o raciocínio do descartável foi muito além dos bens de consumo.
Olhando para dentro da “igreja” hoje, vemos uma geração que esta
descartando a bíblia, um povo que não está mais acostumado a ir a um ensino de
Domingos de manha chamado EBD – Escola Bíblica Dominical, que estão ficando cada
vez mais extintos ate nas assembleias de Deus, os cultos de doutrina semanal já
não da mais ibope, se você não oferecer algo para o povo, ate a sua igreja será
descartável. Tudo isso porque, nos dias de hoje, temos na mesma rua em um
bairro periférico, se a rua for de 5 KM devem ter umas 10 igrejas de
denominações, um exemplo clássico na zona central, em uma das avenidas que
ligam o centro a zona leste, virou uma avenida de “grandes templos”, avenida
celso Garcia, devem ter no mínimo 10 grandes templos gigantescos que cabem entre
2000 a 10000 pessoas.
O que isso significa, que hoje não existe mais fidelidade a
igreja, muito menos ao pastor, somos todos descartáveis, porque se a palavra
daqui não for boa, ou do jeito que a pessoa “goste”, ela anda 300 metros e esta
em outra, se o louvor não “me agradar”, eu atravesso a rua e de frente tem
outra, e assim sucessivamente.
Somos a geração dos relacionamentos descartáveis. Dos empregos
descartáveis.
Das paixões descartáveis. Das ideias descartáveis. Dos amigos
descartáveis.
Até temos alguns amigos da vida inteira, sim. Para os quais
costumamos não ter muito tempo na agenda. Mas temos sempre amigos novos. “Me
adiciona no feice”. Adoro a fulana, ela é fantástica, da um like ai, amei sua
fotos, estive com ela 2 vezes e quando esteve né, porque 60% das pessoas do
face nem se conhecem pessoalmente.
Ih, ela apagou o facebook, acabou a amizade e agora? Dois dias
depois já nem lembra da fulana. Uma mina aí que eu conheci não sei onde.
Sentamos no bar, temos ideias fantásticas, começamos a debater e
espera, chegou um whatsapp aqui que a gente tava falando mesmo? Sei lá. As
ideias não são concluídas, não são escritas num papel, não viram palavras. São,
como de costume, descartadas junto com os guardanapos sujos na mesa.
Da mesma forma são pessoas, ou a fulana não esta vindo na tudo
bem, Deus manda outra, ou você ouve, Deus esta limpando a igreja, como se
pessoas com todos os seus defeitos sejam sujeiras, sejam lixos, e não são, não
somos.
As pessoas hoje não tem importância, são descartáveis, ninguém quer
mais saber em correr atrás, ligar, ir na casa, é difícil encontrar um Pastor ou
Bispo que corra atrás, ou que forme obreiros para isso.
Descobrimos novas bandas. Eu AMO essa banda. Ouço
ininterruptamente por 7 dias. Falo para todo mundo que é a melhor banda do
mundo. No oitavo dia, enjoo. Descarto. Vou procurar a próxima.
Entramos no estágio. Aparece uma viagem no verão. Pedimos as
contas. Comprometimento? Ah, eles encontram outro estagiário logo. Somos
contratados para um emprego. Seis meses depois aparece uma proposta que paga um
pouquinho a mais. Sei que eles contam comigo até o fim do ano, mas tenho que
cuidar dos meus interesses. Meus planos. Minha vida. Eu, eu, eu. Contratos de
trabalho descartáveis.
As ovelhas também estão assim, ficam 2 meses em uma igreja, se o
Pastor der uma palavra dura, doutrinaria, corretiva, pronto, já é o suficiente para
ela descartar a igreja, descartar os grupos a qual ela entrou, vão sem se
preocupar, não querem saber, não tem comprometimento com a obra nem com Deus.
Um grupo de louvor é criado faz um albun e logo se desfaz, pois
para os “principais”, quer cantar sozinho, pois fez sucesso, quer ganhar a
grana para ele, e o resto? Descartaveis.
E os relacionamentos… Ah, os relacionamentos, nem se fale.
Pessoas passaram a existir para preencher agenda. Se eu não tiver nada melhor
para fazer, ligo para ela.
Quero você. Não quero mais. Quero você. Mas não quero me
envolver. Quero você. Desde que você não me cobre. Quero você como eu quero.
Queria você. Agora quero outro(a). Te quero de novo. Me enganei, não queria
não. Noites, namoro, noivado, casamento. Tudo descartável.
Isso ate seria normal no mundo, pois estamos acostumados em ver
isso, as pessoas não se valorizam, mas hoje isso esta acontecendo dentro da
casa de Deus, dentro das igrejas e congregações e comunidades gospel, o mundo
se adentrou dentro da casa de Deus. As modas, os vícios, os costumes,
pastores(as) lideres isso tem que acabar.
Pessoas viraram bitucas de cigarro, copos descartáveis, objeto
sem valor. Ideias viraram copinhos de café. Paixões viraram post-it.
Somos das carreiras que nos consomem. Achamos que nosso corpo é
descartável. Falta sono, sobra álcool, isso dentro da própria igreja, estamos
cheio de pecados, lideranças corruptas cheias de adulterio. Achamos que o afeto
pelos nossos avós mora no post de uma foto que será apagada ou esquecida.
Não temos tempo para ouvi-los. Mudamos de amores como quem muda
de ideia, mudamos de ideia como quem muda de roupa.
Somos a geração do raso, da água pelas canelas. Não mergulhamos
fundo. Não sabemos o que é profundidade. Livros curtos, conversas rápidas.
Fluidez. A gente acha que é rocha, mas a gente é gelo. E derrete, evapora,
desaparece. Uma geração que trata tudo como descartável e que termina por ser,
ela mesma, tão descartável quanto uma garrafa pet.
Com a diferença de que a garrafa será reciclada e nós… Nós
deixaremos algumas selfies como legado se o sistema não der pau.
Tenham uma semana de paz e bençãos do Senho.
Wesley Zayit - Servo do Eterno.
Perfil anonimo nao sera aceito!
Obrigado pela sua colaboração e fica na Paz do Senhor! ConversionConversion EmoticonEmoticon