Armadilhas

Qualquer pessoa que já tenha feito uma armadilha para animais sabe que precisa de uma ou duas coisas para obter sucesso: ela deve estar bem escondida, na esperança de que o animal tropeçará nela, e deve haver uma isca para atrair o animal para dentro dessa armadilha mortal.

O inimigo de nossa alma, incorpora essas duas estratégias para montar suas mais mortais e enganadoras armadilhas. Elas estão sempre bem escondidas e com iscas, não pense você que as armadilhas do nosso inimigo serão de fácil reconhecimento ou fácil de se perceber.

Satanás, juntamente com seus comparsas, não é tão espalhafatoso como cremos ou ate mesmo como dizem e apregoam por ai. É sutil e seu maior deleite está no engano, sua maior qualidade. É astuto e ardiloso quando opera. Nunca se esqueça de que ele pode disfarçar-se como mensageiro de luz. Se não formos treinados pela Palavra de Deus para separar corretamente o que é bom do que é mau, não reconheceremos suas armadilhas como realmente são, por isso sempre vemos alguns cristão e constantemente caírem, por não estarem firmes na palavra do Senhor e em suas obras.

Uma de suas iscas mais enganosas e traiçoeiras é algo com que todo crente se depara: a ofensa. Na realidade, a ofensa não é mortal: ela fica na armadilha. Mas, se a pegarmos, a consumirmos e alimentarmos os nossos corações com ela, ficaremos escandalizados. Pessoas escandalizadas produzem frutos como dor, raiva, ciúme, ressentimento, amargura, tristeza, ódio e inveja. Algumas das conseqüências de permitirmos sermos escandalizados são insultos, ataques que causam divisão, separação, relacionamentos quebrados, traição e tropeço.

Muito freqüentemente, aqueles que são escandalizados não percebem que já caíram na armadilha. Não estão cientes de sua condição, por se concentrarem no mal que lhes fizeram e no que esse mal esta criando dentro de si ou da pessoa ofendida. Estão negando sua situação, sempre vão dizer que esta tudo bem. O modo mais eficaz que o inimigo usa para nos cegar é fazendo com que nos concentremos em nós mesmos, nos tornamos individualistas.

Esta mensagem expõe alguns pontos desta armadilha mortal e revela em partes como escapar dessa garra e livrar-se dela. Estar livre da ofensa e do escândalo é essencial para cada crente, porque Jesus disse que "É inevitável que venham escândalos”. Em muitas igrejas onde andamos, mais de 50 por cento das pessoas responderam ao apelo, quando é tratado este assunto, pois estão todas feridas. Embora seja um índice alto, ainda assim não foram todos. O orgulho impede alguns de responder. Já vi pessoas cheias do Espírito sendo curados e obtendo respostas de oração quando são libertas dessa armadilha. Elas relatam que o que esperaram por muitos anos recebem em poucos minutos quando são libertas.

No fim do século 20, o conhecimento aumentou assustadoramente, em nossas igrejas, mas a parte mais triste são que nem todos os liderem evoluíram com esse conhecimento, e ficam presos ao usos e costumes humanos ou ate mesmo do passado. Mas, mesmo com esse aumento, passamos por mais divisões entre crentes, lideres e congregações. A razão: a ofensa é violenta quando vem da falta de amor genuíno. "O saber ensoberbece, mas o amor edifica" (1 Co 8:1). Muitos são pegos na armadilha do engano e passamos até a acreditar que esse é um modo de vida normal, mas não é.

Antes da volta de Cristo, os verdadeiros crentes serão unidos como nunca no passado. Creio que hoje muitos homens e mulheres serão libertos da armadilha da ofensa, pois começaram a enxergar que isto não os deixam crescer espiritualmente falando. Isto será o maior impulso ao avivamento individual, que irá inundar a nação. Os não crentes, que estão cegos, verão Jesus através do nosso amor um pelo outro.
Não acredito em escrever mensagens apenas por escrever. Deus me deu esta mensagem, a qual tem ardido meu coração, e vejo seu fruto persistir. Um pastor me disse após um culto onde preguei uma mensagem semelhante: “ essa mensagem é edificante e diferente do que se é pregado hoje”.

Deus falou ao meu coração que isso é somente o começo. Muitos serão libertos, curados e restaurados enquanto estiverem lendo esta mensagem se obedecerem ao mover do Espírito. Creio que quando você ler estas palavras, o Mestre e Conselheiro vai aplicá-las pessoalmente a você, lhe mostrando onde e quando você errou ou ate mesmo quando erraram com você. Quando o fizer, essa palavra de revelação vai trazer grande liberdade para a sua vida e seu ministério, fazendo assim crescer espiritualmente falando.

Vamos orar juntos antes de iniciarmos os próximos passos:

“Pai, em nome de Jesus, peço que o Senhor nos seja revelado pelo Espírito Santo e por sua palavra para mim, enquanto leio este livro. Mostre-me cada área escondida do meu coração que tem me impedido de conhecê-lo e servir deforma mais eficaz. Dou boas-vindas ao, seu Espírito que me convence e peço que sua graça faça cumprir o que o Senhor tem preparado para mim. Que eu possa conhecê-lo mais intima­mente através do que o Senhor falar comigo durante a leitura deste livro. Amém."



Nossa reação a uma ofensa determina nosso futuro.

1. Eu, Escandalizado?


É inevitável que venham escândalos (Lc 17:1).

  Quando viajava pelos Estados do Brasil percebia umas armadilhas mais enganosas e mortais. Elas aprisionam inúmeros crentes, rompem relacionamentos e nos separam ainda mais: é a armadilha da ofensa, do escândalo. Muitos não conseguem responder ao chamado por causa das feridas e da mágoa que as ofensas causaram à vida deles. Eles estão incapacitados e impedidos de usar todo o seu potencial. Muito freqüentemente, foi um outro crente que causou a ferida. Isso faz com que a ofensa pareça uma traição. No Salmo 55:12-14 Davi lamenta-se:
Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus.

São aqueles que se sentam ao nosso lado e cantam conosco, ou talvez aquele que prega. Passamos férias juntos, participamos de reuniões sociais e dividimos o escritório com eles. Talvez sejam até mais próximos, da nossa própria parentela. Crescemos juntos, confiamos neles e dormimos com eles. Quanto mais estreita a relação, maior a ofensa, pois não esperamos sermos trai dos por aqueles a quem abrimos nosso lar, ou ate mesmo damos a nossa confiança! Os maiores sentimentos de ódio estão entre aqueles que um dia foram próximos e parecem não conhecer o evangelho nesta hora, esquece do perdão e do amor ao próximo.

Os advogados podem atestar que os casos mais horríveis estão na audiência de divorcio. A mídia constantemente relata casos de homicídios cometidos por membros desesperados de uma família. O lar, constituído para ser um abrigo de proteção, provisão e crescimento, onde aprendemos a dar e a receber amor é, freqüentemente, a raiz de toda a dor e também o alvo principal. A história nos mostra que as guerras mais sangrentas são as civis. Irmão contra irmão. Filho contra pai. Pai contra filho.
A lista de ofensa é tão interminável como a de relacionamento, não importa quão simples ou complexa. Verdade seja dita: apenas aqueles com quem você se importa são capazes de feri-lo de verdade. Você tem uma expectativa maior em relação a eles - afinal, você deu mais de você a eles. Quanto maior a expectativa, maior a queda., maior a decepção, maior a angustia e maior a tristeza.

O egoísmo e individualismo impera em nossa sociedade e vem crescendo cada vez mais ao passar do tempo, seria por causa da tecnologia como muitos querem crer? Ou é a essência do ser humano que esta piorando cada vez mais. Os homens e as mulheres estão preparando-se para a rejeição e a dor que os outros lhes podem causar. Isso não deveria ser uma surpresa para nós. A Bíblia é bem clara que nos últimos dias os homens serão "egoístas" (2 Tm 3:2). Podemos esperar isto de não crentes, mas Paulo não se está referindo àqueles fora da igreja. Ele está falando dos que estão dentro da igreja. Muitos estão feridos, amargurados e machucados. Estão ofendidos, mas não conseguem perceber que caíram na armadilha de Satanás, pois o orgulho toma conta do seu ser.

É nossa culpa? Jesus deixou claro que é inevitável que sejamos escandalizados. Mesmo assim, muitos crentes ficam chocados, confusos e, até mesmo, surpresos quando isso acontece, ou muitos preferem se fazer de cegos e não encararem a questão da forma que ela tem que ser encarada, dão uma de coitados. Acreditamos que somos os únicos a sofrer uma ofensa. Isso nos deixa vulneráveis à raiz de amargura. Assim, devemos estar preparados e armados contra a ofensa e contra o escândalo, porque nossa reação determina nosso futuro.

A Armadilha Enganosa

A palavra "escandalizar", de Lucas 17:1, vem do grego skandalon, que originalmente se referia à parte da armadilha onde se colocava a isca. Dessa forma, a palavra significa montar um armadilha no caminho de alguém! No Novo Testamento, ela geralmente descreve um engodo do inimigo. O escândalo e a ofensa são ferramentas do diabo para levar as pessoas cativas. Paulo instruiu o jovem Timóteo:

Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade (2 Tm 2:24-26 - Destaque acrescido)

Aqueles que vivem a contender, e que se opõem, caem na armadilha e são feitos prisioneiros para fazer a vontade do diabo. E o que é mais alarmante é que não sabem que foram cativos, pessoas cristãs dentro da igreja! Como o filho pródigo, precisam acordar para sua verdadeira condição. Precisam perceber que estão vomitando água amarga em vez de água pura. Quando a pessoa é enganada, acredita que está certa, mesmo quando não está e o pior acaba levando ao engano muitas outras pessoas.
Independentemente da situação, podemos dividir os ofendidos em duas, grandes categorias:

a) aqueles que foram injustiçados de fato ou

b) aqueles que acreditam que foram injustiçados.

As pessoas da segunda categoria acreditam de todo o coração que foram traídas, mas não foram. Geralmente, a conclusão a que chegam provém de informações incorretas; ou a informação está correta, mas a conclusão está distorcida. De qualquer forma, elas estão feridas e seu entendimento obscurecido. Julgam por dedução, aparência e rumor.

A verdadeira condição do coração

Uma forma do inimigo usar a pessoa escandalizada é mantendo a ofensa escondida, num manto de orgulho. O orgulho nos impedirá de admitir nossa verdadeira condição.
Certa vez fui severamente magoado por alguns ministros. As pessoas diziam “Não acredito que eles fizeram isso com você. Você está magoado?”

Eu respondia rapidamente: "Não, estou bem. Não estou magoado”. Sabia que estava errado em sentir-me escandalizado e ofendido, mas o que fiz, então, foi negar e reprimir esse sentimento, incorretamente, pois deveria dizer a verdade para receber a verdadeira libertação. Convenci-me de que não estava ressentido, mas na realidade estava, e muito. O orgulho mascarou a verdadeira condição do meu coração, quantas vezes estamos nesta mesma situação dentro das nossas igrejas trabalhando para Deus.

O orgulho nos impede de lidar com a verdade. Ele distorce nossa visão. Nunca mudaremos se acreditarmos que estamos bem. O orgulho endurece o coração e obscurece os olhos do entendimento. Impede a mudança - o arrependimento - que nos vai libertar (veja 2 Tm 2:24-26).
O orgulho faz com que nos vejamos como vítimas. A nossa atitude, então, é: "Fui maltratado e mal-entendido; então, tenho justificativa para meu comportamento". Porque achamos que somos inocentes e que fomos falsamente acusados, retemos o perdão. Embora a verdadeira condição do coração esteja escondida aos nossos olhos, não está escondida de Deus. Só porque fomos maltratados não podemos nos agarrar à ofensa.

A Cura

No livro de Apocalipse, Jesus se dirige à igreja de Laodicéia dizendo, inicialmente, como eles se vêem como pessoas ricas, abastadas, sem precisar de coisa alguma e depois expõe a verdadeira condição - eles eram infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus (Ap 3:14-20). Eles confundiram sua força financeira com a espiritual. O orgulho escondeu sua verdadeira condição, nos pensamentos deles eles não precisavam de nada e de ninguém. Muitos são assim em nossos dias. Não enxergam a verdadeira condição de seu coração da mesma forma como fui incapaz de enxergar meu ressentimento contra aqueles ministros. Havia-me convencido de que não estava magoado. Jesus diz ao povo de Laodicéia como sair do engano: comprando o ouro de Deus e vendo sua verdadeira condição.

Nisto exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, unta vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1 Pe 1:6, 7).

Deus refina com aflição, tribulação e provação e separa as impurezas com falta de perdão, amargura, ódio e inveja e imprime o seu caráter em nós.
O pecado facilmente se esconde onde não há o calor das provações e aflições. Em épocas de prosperidade e sucesso, até mesmo o ímpio parece generoso e gentil. Sob o calor das provações, as impurezas vêem a tona.

Veja sua condição

Jesus disse que nossa habilidade de enxergar corretamente é outra chave para nos livrarmos do engano. Geralmente, quando somos ofendidos nos vemos como vítimas e culpamos aqueles que nos magoaram. Justificamos a amargura, a falta de perdão, a raiva, a inveja e ressentimento quando eles vêm à tona. Algumas vezes, até mesmo nos ressentimos com aqueles que nos fazem lembrar dos que nos magoaram. Por essa razão, Jesus nos aconselha a ungir nossos olhos com colírio, para que vejamos (Ap.3.18) Vejamos o quê? Nossa verdadeira condição! Este é o único modo de conseguirmos "ser zelosos e nos arrependermos" conforme Jesus nos manda fazer. Só nos arrependemos quando paramos de culpar os outros e encontramos em nós mesmo a resposta.
Quando culpamos outras pessoas e defendemos nossa posição, estamos totalmente cegos. Lutamos para remover o argueiro do olho de nosso irmão enquanto temos uma trave em nosso próprio olho. É a revelação da verdade que nos traz liberdade. Quando o Espírito de Deus nos revela o pecado sempre o faz de tal forma que é separado de nós. Somos, então, convencidos, e não condenados.

Minha oração é que, à medida que você foi lendo esta mensagem, a Palavra de Deus ilumine seus olhos do entendimento para que veja sua verdadeira condição e livre-se da ofensa que guarda. Não permita que o orgulho o impeça de enxergar e arrepender-se.

Que Deus abençoe a tuda vida e que Ele venha a te libertar. 

Fique em paz! 

Wesley Oliveira – Servo do Eterno


Texto adaptado do 1º  capitulo do livro de John Bevere -  A isca de Satanás
Se voce gostou continue lendo, este livro é muito edificante

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